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2/07/2008

Vereadores aprovam 287g mas querem monitoramento

Moradores de Danbury fazem protesto na porta da prefeitura durante a votação do programa 287g. Abaixo. Padre Pedro Diniz fala em apoio aos manifestantes.
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A Câmara de Vereadores de Danbury, Connecticut, aprovou na quarta-feira (6) a lei 287g, que autoriza dois policiais locais a agirem como agentes de imigração. Somente 120 pessoas foram autorizadas a assistir a sessão da câmara. Na esperança de barrar a lei, cerca de 2.000 pessoas, entre imigrantes e ativistas, ocuparam a frente da prefeitura empunhando faixas e cartazes, e gritando contra a 287g. Nenhum incidente foi registrado. A manifestação em massa, somada ao fechamento das lojas, fizeram o dia completamente atípico, com a Main Street completamente vazia.

Poucos carros também circulavam pela rua principal. A frente das lojas era enfeitada pelos cartazes cor de rosa indicando apoio aos imigrantes e anunciando o fechamento. Viu-se poucos imigrantes caminhando na Main Street. Danbury parecia mais uma cidade fantasma.

A reunião da Câmara dos Vereadores começou às 7h30pm, conforme marcado. Antes da votação, residentes de Danbury falaram a respeito da lei. A primeira a falar foi Renata Amaral, da RM Insurance, enfatizando que “todos nós somos Danbury”. O corretor de imóveis Júlio Canto disse que a aprovação da lei afetaria psicologicamente os residentes. “Não só os indocumentados”.

O Pastor Ophir de Barros, da Igreja Batista, disse ao prefeito que foi criado um clima de medo na cidade, e pediu que ele trouxesse algo para acalmar as pessoas. “Danbury deve ficar como está”. Uma americana, que se criou na África do Sul, citou os exemplos de perseguições ocorridas naquele país, e enfatizou a árdua luta dos imigrantes. “Nós temos a sorte de termos nascido aqui e sermos cidadãos. Se você estivesse no lugar destes imigrantes, faria o mesmo que eles”, disse, referindo-se à condição de indocumentados. Foi aplaudida.

A comerciante portuguesa Emilia Fernandes rogou para que os políticos tocassem os próprios corações. O hispânico Luis Bautista, que também é comerciante, disse que nenhum dos imigrantes ali presentes era criminoso. O americano Don Troiano chegou a falar no número de $250 milhões anuais de contribuição dos imigrantes. “Isto é um suicídio econômico”, disse Don, referindo-se à 287g.

Jose Granfors, bancária, enfatizou que detestaria ver todos os clientes dela indo embora, e pediu mudanças nas leis dos Estados Unidos. Daniel Ribeiro implorou para que os vereadores pensassem nos efeitos colaterais da lei.

Infelizmente, nenhum destes argumentos foi capaz de convencer os vereadores. Por 19 votos a 2, a lei 287g foi aprovada, sob a insistência dos políticos de que não haverá batidas e perseguições. Falaram na criação de uma Força Tarefa, que vai monitorar tudo o que sair fora do planejado. Qualquer membro da comunidade poderá participar desta Força Tarefa.

Os imigrantes saíram da reunião decepcionados. O comerciante Edmundo, da Mirante Agency, disse que só espera que a lei funcione da maneira como disseram, ou seja, prisão somente de imigrantes criminosos. “Mas até isto ser mostrado, o comércio vai sofrer”. Disse também que qualquer abuso deve ser comunicado aos vereadores. “Para isso, não esperamos a lei entrar em vigor”.

A corretora de imóveis Maria Evans disse que não ficou nem um pouco surpresa com a aprovação da lei. “O importante foi termos participado”, disse Maria, acrescentando que os vereadores quase pediram desculpas, quando disseram que a lei será somente para prender imigrantes criminosos.

Repúdio
A manifestação contra a aprovação do programa 287g estava marcada para às 6pm, mas antes disso, já havia manifestantes na frente da prefeitura. O brasileiro Genival dos Santos foi um dos primeiros a chegar, e se mostrou bastante disposto a lutar. “Depende de cada um de nós”, disse o brasileiro. O vice-presidente do Centro Equatoriano, Wilson Hernandez, esperava mais explicações dos vereadores e do prefeito, sobre a lei 287g. Estava feliz com o despertar da comunidade brasileira. “A agressão é contra todos, não se trata de um brasileiro, de um guatemalteco, se trata da comunidade imigrante”.

Na opinião de Quésia Silva, a manifestação foi uma boa oportunidade de mostrar que estamos aqui para contribuir com o país. “Ajudar e trabalhar”. O marido dela, Eduílio Júnior, disse que só tinha visto tantos brasileiros assim em festas. A comerciante Odília Carlijo compareceu por ser imigrante e comerciante, esta última uma razão bastante forte para lutar. A brasileira Lívia Karan achou que valeu a pena enfrentar a chuva, e estava bastante confiante com a não aprovação da lei.

Quando as portas da prefeitura abriram já havia cerca de 2.000 pessoas na frente da prefeitura. A manifestação contou com um forte esquema de segurança. Além da imprensa brasileira estava presente o canal hispânico Univision e os canais americanos Fox, NBC 30 e o Canal 8. A Deer Hill Avenue precisou ser fechada.

Fonte: Comunidade News

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