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7/11/2008

Brasileiros estão trocando os EUA pela Europa, revela estudo

O destino dos brasileiros que estão deixando os Estados Unidos é o Brasil, certo? Errado. De acordo com uma pesquisa feita em Framingham, Massachusetts, os brasileiros que desanimaram com a América estão apostando todas as fichas na Europa.

O estudo está sendo comandado por Sueli Siqueira, socióloga da Universidade do Vale do Rio Doce, em Governador Valadares (MG), acompanhada pelo historiador Emerson César de Campos e pela antropóloga Gláucia de Oliveira Assis, ambos da Universidade de Santa Catarina. Os dois estados são conhecidos por “exportar” milhares de brasileiros.

A ida dos brasileiros para o Velho Continente surpreendeu Sueli. De acordo com a pesquisa, quase um terço dos brasileiros que não querem mais morar nos Estados Unidos tinham a Europa nos planos. A venda de passagens para a Europa nas agências de Valadares aumentou em 60%, de acordo com a socióloga.

Há dois anos, muitos fatores contaram para o abandono do sonho americano e a posterior volta para casa: imigração, a crescente exigência de documentos para trabalhar, a situação econômica dos EUA e a taxa de câmbio entre o dólar e o real, considerada a pior de todos os tempos.
O fenômeno também está ocorrendo em Santa Catarina. Mas de acordo com a antropóloga Gláucia, os Estados Unidos ainda é o destino preferido, apesar da migração ser mais difícil. “As redes sociais que ajudam os imigrantes a encontrar trabalho ou moradia estão mais estabelecidas nos Estados Unidos do que na Europa”, afirmou ela. A valorização do euro justificaria a troca dos Estados Unidos pelo continente europeu, na opinião dos pesquisadores.

O estudo ainda está em estágio inicial e tanto imigrantes documentados quanto indocumentados estão sendo pesquisados. O trio de professores universitários está mais interessado no impacto causado pelas comunidades que voltam para casa do que naquele causado no estado de Massachusetts.

Os estados de Minas Gerais e Santa Catarina estão financiando o estudo. Eles estão interessados em saber das tendências da imigração.

O futuro da imigração brasileira
Sueli e Gláucia consideram as redes sociais de relacionamento fundamentais para os brasileiros que vão para o exterior, pois elas facilitam com informações e contatos de como começar uma vida nova em outro país. “Nos anos 60, um brasileiro viria a Nova Iorque já sabendo onde arranjar emprego e onde morar”, disse Gláucia.

Os brasileiros entrevistados vieram para cá no final dos anos 60 e 70. Os pesquisadores queriam saber como estes imigrantes criaram as redes de relacionamento. “Queremos saber como estes primeiros imigrantes criaram uma comunidade. Precisamos saber sobre a experiência inicial da migração brasileira para entender o que o futuro reserva”, afirmou Sueli.
Na primavera de 2009, os pesquisadores planejam ir à Itália, Portugal e Espanha. Além de Framingham, eles visitaram Somerville, Everett, Lowell e Malden. O grupo esteve ainda em Bridgeport, Connecticut, e Nova Iorque.

Fonte: Comunidade News

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